sexta-feira, 21 de maio de 2010

ECO-ECONOMIA II

Marketing Ecológico - O que é negócio também pode se tornar exemplo

Várias empresas estão adotando o ‘marketing ecológico’ para divulgarem seus produtos ao consumidor. As campanhas publicitárias vão além de vincular o conceito de sustentabilidade à marca, elas ‘incentivam’ o consumidor a participar ou se comprometer a uma causa ambiental.

A Danone, por exemplo, com o slogan “Danoninho pra Plantar” oferece um sachê com sementes, anexo à bandeja de iogurte, para plantar no próprio potinho após o consumo do produto. A criança também pode ‘cultivar’ uma árvore virtual na “Floresta do Dino” ao acessar o site da marca. Para cada árvore virtual cultivada, o consumidor contribui para o reflorestamento de um metro quadrado de floresta por meio da parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas. A Avon começou um projeto parecido chamado “Viva o amanhã mais verde” – cada $ 2,00 doados representam a vida de uma nova árvore. A empresa de cosméticos doou, inicialmente, um milhão de dólares para plantar um milhão de árvores na Mata Atlântica. A campanha é feita junto com a UNEP – Programa Nações Unidas para o Meio Ambiente. O Sport Club Corinthians e o Banco Cruzeiro do Sul adotaram o slogan: “Jogando pelo meio ambiente”, que promete plantar 100 espécies de plantas nativas por gol feito. As mudas serão cedidas ao governo estadual paulista, que irá disponibilizar a área para o plantio.

Em 2007, a Ypê saiu na frente com o marketing: “Ypê plantando árvores para você”, com a ONG SOS Mata Atlântica, no qual plantou 200 mil árvores em Campinas, SP. Além de impulsionar as vendas do ‘detergente’, que contém tensoativo biodegradável, a marca foi vencedora do prêmio Folha Top of Mind, na categoria Top Meio Ambiente, de 2009.

Investir na preservação da natureza é um ótimo negócio, pois só traz benefícios – ninguém perde, todos ganham, além de agregar valor positivo à marca. Nenhuma corporação quer ter seu nome relacionado a um produto que desrespeita o meio ambiente e não valoriza o consumidor. Esta é uma das razões pela qual se combate tanto o comércio pirata, que passa longe de qualquer controle de qualidade. Os preços baixos não compensam os prejuízos materiais e ambientais que causam. Por isso, apesar da iniciativa de ‘plantar’ ser boa, ela não é suficiente para compensar as emissões de CO2 na atmosfera, se as empresas não controlam ou evitam que outros poluentes cheguem ao ar. De acordo com o Instituto Ecoar, em média cada árvore absorve 180 kg de CO2 em 30 anos.

Logística Reversa – Algumas empresas fazem ações mais efetivas para amenizar futuros danos na natureza como, por exemplo, evitar o descarte do lixo eletrônico em lugares inadequados. A indústria eletrônica e entidades das mais variadas áreas engajadas nesse mesmo objetivo disponibilizam postos de coleta. A empresa HP brasileira recebe baterias e impressoras descartadas pelos clientes, nas lojas de serviços autorizados. Após a coleta, o material é encaminhado para dois centros próprios da HP para reciclagem nos EUA. A fabricante de celulares americana Motorola, assim como a Apple e Sony, recolhe os próprios equipamentos usados para serem reaproveitados na linha de produção. O banco Santander oferece aos clientes que possuem o cartão Van Gogh o serviço “Descarte Certo” de coleta e transporte do lixo eletrônico. O caminho inverso do consumidor de volta à empresa é conhecido como ‘logística reversa’, ou seja, a reciclagem de equipamentos usados. A Natura e o Boticário investem na reciclagem de suas embalagens, que podem ser devolvidas por meio de consultores ou nas lojas, respectivamente.

A Natura, por exemplo, vai mais além, ela mantém um controle rigoroso de cada etapa da cadeia de produção. A empresa dispõe, em seu site, relatórios anuais detalhados do desempenho ambiental. A linha de sabonetes Ekos é feita por 263 famílias de diferentes comunidades na Amazônia, utilizando sistemas que conservam cerca de 100 km de floresta, e mantêm três mil árvores nativas em pé. Em 2009, a Natura foi eleita a ‘empresa mais admirada do Brasil’, no item responsabilidade social, da revista Carta Capital.

Quando o marketing ecológico se torna um compromisso com a sociedade e com o planeta, sem alvejar apenas o lucro, ele supera as expectativas e firma parceria com o consumidor, que é seu maior beneficiário. Porque cuidar do planeta é responsabilidade de todos.

Por Joelma Godoy de Mello

Para consultar empresas e produtos amigos da natureza:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI8493-15224,00.html

Fontes: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_268591.shtml