quarta-feira, 2 de junho de 2010

TRAGÉDIA AMBIENTAL


Uma mancha na indústria petrolífera


Mais de quarenta dias depois do naufrágio da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, ter ocorrido no Golfo do México, e depois de uma tentativa frustrada de conter o vazamento de petróleo, uma nova solução ainda está por vir. O que muitas pessoas devem estar se perguntado durante todo esse ‘longo’ e penoso tempo, no qual, 1,9 milhões de litros diários de óleo se espalham no mar é “por que a demora em deter o vazamento”?

Todos nós estamos cientes dos desafios que envolvem vedar o fluxo de óleo e gás de um poço a 1.600m de profundidade, porém, nos sentimos totalmente inseguros em constatar que não existe um plano B no caso de uma plataforma afundar. Afinal, se existisse de fato um plano, ele teria sido colocado em ação imediatamente, após o ‘acidente’. Os dispersantes utilizados no mar, para conter o óleo, não são 100% eficientes e seguros. Imagens aéreas mostram manchas fragmentadas de óleo que continuam poluindo o mar. Após o fracasso da operação para selar o poço defeituoso do dia 26 de maio chamada ‘top kill’, engenheiros da British Petroleum buscam uma outra ‘alternativa’ para reter o vazamento. E, os novos procedimentos não são garantidos, segundo informa a própria empresa.

Consequências - A tragédia deixa um saldo de 11 mortes, 17 feridos, além da mancha negra que se estende por mais de nove mil quilômetros quadrados da costa litorânea americana e compromete o frágil ecossistema marinho da região. Como, por exemplo, as delicadas restingas no delta do Mississipi. As consequências do maior desastre ambiental dos EUA ainda não podem ser avaliadas, mas o vazamento de óleo já superou o acidente provocado pelo petroleiro Exxon Valdez no Alasca, em 1989. Além de colocar em risco a fauna e a flora dos estados do Mississipi, Louisiana, Flórida e Alabama, Cuba e México também estão ameaçados pela mancha de óleo que continua vagando, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Prevenção – O desastre no Golfo do México deixou evidente a falta de estrutura diante de um problema tão caótico que é o derramamento de petróleo: a falta de um item de segurança, que pouparia vidas humanas e marinhas. Segundo informa a revista IPS - Petróleo & Energia, a poderosa indústria petroleira dos EUA e seus contratados dispensaram o uso obrigatório do ‘switch acústico’ – um dispositivo por controle remoto que detém a extração de petróleo em caso de algum contratempo. No Brasil e na Noruega o dispositivo é usado e custa cerca de U$ 500 mil. Preocupante saber que uma compania o ignorou, especialmente porque, só na área norte-americana operam cerca de 3.900 plataformas submarinas.

A extração de petróleo em águas cada vez mais profundas coloca em risco operações complexas e arriscadas tanto para o homem como para o meio ambiente. A riqueza de um planeta não se mede apenas pelo valor econômico, mas de reservas ambientas que estão cada vez mais escassas. A natureza vive sem o homem, mas o homem dificilmente viverá sem a natureza.


Por Joelma Godoy de Mello


Fontes:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/eua-abrem-investigacao-criminal-sobre-vazamento-no-golfo-do-mexico.html
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100531/not_imp559239,0.php
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/05/31/vazamento-de-oleo-nos-eua-pode-durar-ate-agosto-dizem-tecnicos.jhtm

http://www.revistameioambiente.com.br/2010/05/20/um-mes-apos-inicio-do-vazamento-petroleo-alcanca-louisiana/
http://www.revistameioambiente.com.br/2010/05/10/vazamento-de-petroleo-gera-duvidas/
fotos da região afetada:
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/golfo-do-mexico-natureza-ameacada/

Um comentário:

  1. A BP deixou de investir US$ 500 mil no dispositivo de segurança e agora vai ter um gasto de milhões. Sem contar o prejuízo ambiental que é de todos.

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