sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

COP 16


Boletim do Diário Tck Brasil


A Corrida para o Futuro: http://live.tcktcktck.org/

Nº: 28 – 08 de dezembro de 2010, Cancun, México

Resumo da situação atual

“A natureza não vai nos esperar enquanto negociemos”, comentou Ban Ki Moon, secretario geral da ONU em conferência de imprensa ontem, dia 7. De fato, a atmosfera não se abre mais para negociações. Assim a Presidenta da COP-16 informou que a sessão terminará na sexta-feira às 6 horas da tarde, afirmando que os negociadores e ministros não precisam de mais tempo para discutir, e que apenas precisam de vontade política para chegar a acordos.

A decisão final dos japoneses frente à Kyoto cobre as negociações como uma nuvem negra. É difícil imaginar que o país onde nasceu o Protocolo de Kyoto agora queira enterrar o mesmo, o único tratado internacional legal e vinculante para o clima. O Japão tem que mudar para uma posição positiva.

A equipe de negociação dos Estados Unidos agradecerá o Japão por deixar eles menos importantes nestas sessões. Mas os Estados Unidos estão de volta com suas velhas atitudes bloqueando progresso em diversos temas. Sabendo que não conseguiram avançar em suas próprias legislações internas e não têm muito a oferecer aqui, poderia se imaginar que o enfoque desta delegação seja mais construtivo.

O Canadá, Estados Unidos e a Austrália estão bloqueando o estabelecimento de um fundo para ajudar os países em desenvolvimento com mitigação e adaptação. Necessitamos continuar com os nossos esforços e garantir que os países desenvolvidos, mantenham, pelo menos, as promessas que fizeram no ano passado em Copenhague.

O que está acontecendo?

Ban Ki Moon ressaltou o fato que as mudanças climáticas afetam todo o trabalho da ONU – paz, seguridade, desenvolvimento e direitos humanos; mecanismos de prevenção para o desenvolvimento das Metas do Milênio, e ameaçam os ecossistemas, a segurança e a estabilidade dos pobres e vulneráveis. Ao mesmo tempo, destacou que as mudanças climáticas oferecem também oportunidades irresistíveis.

Estas oportunidades podem ser encontradas nos mercados de energia limpa, onde a Ásia já está deixando atrás a União Européia e os Estados Unidos. A Diretora Executiva da TckTckTck, Kelly Rigg ressaltou que “A Ásia está ganhando definitivamente a corrida do futuro da geração de energia”.

Um apelo semelhante foi feito por Christiana Figueres, Secretaria Executiva da UNFCCC, que disse que a batalha se faz entre os vencedores do setor privado e aqueles que se consideram perdedores, mas que estão bem organizados e financiados e que possam fazer muito mais pressão sobre os governos executivos, e nos Estados Unidos sobre o poder legislativo.

Você é um vencedor ou perdedor da corrida para o futuro?

América Latina na COP-16

O Brasil anuncia avanços nas negociações para estender o Protocolo de Kyoto.

http://noticias.terra.com.pe/calentamiento-global/brasil-anuncia-avances-en-negociacion-para-extender-protocolo-de-kioto,b29858be917cc210VgnVCM10000098f154d0RCRD.html


A luta contra as mudanças climáticas e a busca de soluções é um problema político: Rafael Correa, presidente do Equador afirma que as mudanças climáticas e a busca de soluções se tornaram um tema político, já que se os países ricos fossem os afetados e os pobres fossem os poluidores, muitas ações já teriam sido feitas.

http://www.eluniversal.com.mx/notas/728941.html


O Greenpeace, o Observatório do Clima, o GTA e a COIAB promoveram, na manhã do dia 8 de dezembro, duas ações contra a alteração do Código Florestal brasileiro, na COP-16 em Cancun. O alvo desse ato foi a Senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que tem sido fortemente criticada pelos movimentos sociais e organizações ambientais por sua posição em relação à alteração da lei. Kátia Abreu, que é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e principal representante dos ruralistas no Congresso, defende as propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro. Kátia Abreu foi surpreendida com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas no lobby do hotel em Cancun. Paralelo a esse ato, Rubens Gomes, presidente do GTA, vestiu-se de Papai-Noel para presentear os participantes da COP-16 com mudas de árvores, ao lado de um banner com a frase “Mudar o Código Florestal = um Natal sem árvores”. O intuito é impedir a bancada do agronegócio a empurrar suas propostas de mudança no Código Florestal goela abaixo dos brasileiros.

Parceiros em ação

O Greenpeace afunda no Caribe os edifícios mais emblemáticos do planeta, para mostrar que o fenômeno das mudanças climáticas não discrimina entre países ricos ou pobres e afeta a todos.

http://www.yucatan.com.mx/20101207/temas-254/cumbre-climatica-en-cancun.htm


A Oxfam pediu aos ministros a tomar decisões políticas antes de deixar Cancun, para chegar a um acordo justo sobre financiamento na COP-16.

http://www.latercera.com/noticia/mundo/2010/12/678-329267-9-llaman-a-ministros-a-tomar-decisiones-antes-de-dejar-conferencia-de-cambio.shtml

Mensagem do Dia

Os Ministros podem escolher entre um resultado ambicioso e o mais baixo denominador comum, e parece que estão escolhendo o caminho mais fácil contornando os temas complicados e utilizando uma linguagem diluída. Deveriam escolher um caminho que traga benefícios para as pessoas e a natureza que lutam diariamente contra as mudanças climáticas, e lançar ações concretas, como fundos e iniciativas que possam reduzir as emissões ajudando os países pobres, e não iniciar novos processos ou grupos de trabalho para considerar alternativas que não vão melhorar as nossas vidas.

O desejo de ter algum sucesso, de qualquer forma, não deve tirar a atenção das ações necessárias para sobreviver. O Protocolo de Kyoto precisa de um futuro e as florestas precisam de um tratado; a redução das emissões de CO2 deve estar incluída no texto como parte de um plano de ação, e um fundo climático justo que financie todo não pode tampouco faltar.

O mundo pode receber tudo isso, mas o Japão deve abandonar este comportamento rígido estúpido com relação à Kyoto, a União Européia deve deixar de se comportar como si não tivesse nada a fazer nestas negociações. Os Estados Unidos, Canadá e Austrália devem assumir o fundo climático. Todos podem ter benefícios e mostrar liderança, pelo menos se não pretendam prejudicar as suas próprias economias, já que China e Índia podem dominar o mercado da energia limpa durante a próxima década – são esperadas US$2.3 trilhões de investimentos privados em energia limpa.

Este é a tradução do informe diário Daily Tck da Campanha TckTckTck sobre as negociações da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e da Conferência da CPM-6 do Protocolo de Kyoto que são realizadas, entre os dias 29 de novembro até 10 de dezembro de 2010, em Cancun, México. Os informes sobre o Brasil e a América Latina são da autoria da Campanha TicTacTicTac Brasil.

Imagem:cc2010.mx

terça-feira, 31 de agosto de 2010

TRÁFICO DE ANIMAIS


Crueldade sem limites

A crueldade com os animais infelizmente parece não ter limite. Na semana passada, durante a checagem de raio-X no aeroporto de Bancoc, na Tailândia, a polícia descobriu um filhote de tigre amordaçado dentro da mala de uma mulher. O filhote estava praticamente sufocado entre a bagagem no interior da mala fechada. Junto ao animal, estavam bichos de pelúcia, numa inábil tentativa de enganar a segurança.

A criminosa ignorava que no raio-X bichos de pelúcia não exibem ossos...

De acordo com as fotografias divulgadas pela Folha Online, o filhote sobreviveu.
É hora de punir mais efetivamente quem comete tal crueldade contra os animais. E também aqueles que incentivam o tráfico deles. Quem não tem respeito pela vida de seres inocentes certamente não pode ser considerado menos que um criminoso cruel.

Denuncie:
IBAMA – Linha Verde: 0800-61-8080
Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais -
http://www.renctas.org.br/pt/informese/denuncie.asp

Maricy Ferrazzo


Fonte: Folha Online

sexta-feira, 23 de julho de 2010

CRIME AMBIENTAL


Quadrilha atraía estrangeiros para caça ilegal no Pantanal

É doloroso saber que o Pantanal está se tornando local clandestino de caça criminosa a animais de grande porte, entre eles a onça pintada. A Polícia Federal prendeu oito suspeitos durante a operação Jaguar nessa semana. Argentinos, norte-americanos e outros estrangeiros estavam frequentando a região para abater os animais, como é realizado em parques de caça em países como o Canadá, Estados Unidos, entre outros. Contudo, o mais chocante está em saber que essa agressão à fauna brasileira estava sendo comandada por três brasileiros, entre eles um policial militar do Mato Grosso, e acobertada por um integrante do Ibama.

Dentre as onças mortas, várias eram animais monitorados pelo Ibama, na intenção de salvar a espécie da extinção. De acordo com a PF, os “turistas” chegavam a pagar até 15 mil dólares para participar durante as caças. As carcaças dos animais eram, depois, levadas para serem empalhadas.

Trata-se de prática criminosa cuja gravidade deve ser multiplicada, enquanto diversas Ong’s e o Ibama se esforçam para proteger os animais ameaçados, há ainda quem consiga abater um animal e chamar tal prática de “esporte”.

É importante ressaltar que a Polícia Federal obteve êxito graças às denúncias de habitantes da região. Quem presencia tal crueldade tem a obrigação de denunciar. Enquanto o brasileiro não respeitar e valorizar seu próprio país, não haverá segurança para ninguém, do animal silvestre à totalidade da nação.

Por Maricy Ferrazzo

Fonte: Folha Online

quarta-feira, 7 de julho de 2010

DIREITO AMBIENTAL

Democracia doente

Não podemos deixar que transformem em propriedade o que é legado da humanidade

A clara manipulação que está ocorrendo no Congresso Nacional para que o relatório da reforma do Código Florestal do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) seja aprovado é mais um exemplo de conduta vergonhosa em nosso Legislativo. Uma proposta que mal pretende disfarçar os interesses da minoria agricultora no país, passando por cima da mínima noção de responsabilidade ambiental.

O relatório já foi aprovado no Congresso por 13 votos a cinco e vai aguardar aprovação no plenário após as eleições. É interessante observar como essas propostas aparecem em período de transição de mandatos, quando as atenções estão mais esparsas.

Mais uma vez, os membros do Legislativo, cujo papel é representar a vontade do povo brasileiro, estão agindo em favor de seus próprios interesses ou protegidos, arrastando nossa democracia de volta aos tempos do coronelismo. A remoção do deputado ambientalista Ricardo Trípoli (PSDB) da comissão especial dois dias antes da votação é um visível exemplo disso.

Um tema de importância vital – e que o termo ‘vital’ seja entendido no sentido literal – não pode ser conduzido da forma como está acontecendo. Parece ser necessário explicar mais uma vez a esses políticos que o meio-ambiente não é propriedade, é legado. E de todos.

Tal assertiva sugere que seria muito mais justo que uma reforma no Código Florestal fosse posta a referendo (art. 14, CF), para que o povo – real legitimador do governo – se expressasse sobre o assunto. Obviamente que não é do interesse daqueles que não representam a vontade popular que isso ocorra. Principalmente se a opinião dos que perderam tudo com as enchentes do ano passado e do atual forem ouvidos. Ou aqueles que sofreram com as doenças potencializadas pelas altas temperaturas e chuvas constantes, ou pela seca cada vez pior.

Num momento em que o mundo todo discute formas de assumir medidas que impeçam o desmatamento, o Brasil, tão alardeado nas conferências mundiais, vai permitir que tantos passos sejam dados para trás.

A saída é, além de tomar muito cuidado na hora de votar neste ano, exigir que um assunto tão importante como as leis florestais seja discutido por meio de um mecanismo de representação popular direta, já que o Congresso está do lado da moto-serra.


Por Maricy Ferrazzo

Imagem: noticiasdaamazonia.com.br

quarta-feira, 2 de junho de 2010

TRAGÉDIA AMBIENTAL


Uma mancha na indústria petrolífera


Mais de quarenta dias depois do naufrágio da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, ter ocorrido no Golfo do México, e depois de uma tentativa frustrada de conter o vazamento de petróleo, uma nova solução ainda está por vir. O que muitas pessoas devem estar se perguntado durante todo esse ‘longo’ e penoso tempo, no qual, 1,9 milhões de litros diários de óleo se espalham no mar é “por que a demora em deter o vazamento”?

Todos nós estamos cientes dos desafios que envolvem vedar o fluxo de óleo e gás de um poço a 1.600m de profundidade, porém, nos sentimos totalmente inseguros em constatar que não existe um plano B no caso de uma plataforma afundar. Afinal, se existisse de fato um plano, ele teria sido colocado em ação imediatamente, após o ‘acidente’. Os dispersantes utilizados no mar, para conter o óleo, não são 100% eficientes e seguros. Imagens aéreas mostram manchas fragmentadas de óleo que continuam poluindo o mar. Após o fracasso da operação para selar o poço defeituoso do dia 26 de maio chamada ‘top kill’, engenheiros da British Petroleum buscam uma outra ‘alternativa’ para reter o vazamento. E, os novos procedimentos não são garantidos, segundo informa a própria empresa.

Consequências - A tragédia deixa um saldo de 11 mortes, 17 feridos, além da mancha negra que se estende por mais de nove mil quilômetros quadrados da costa litorânea americana e compromete o frágil ecossistema marinho da região. Como, por exemplo, as delicadas restingas no delta do Mississipi. As consequências do maior desastre ambiental dos EUA ainda não podem ser avaliadas, mas o vazamento de óleo já superou o acidente provocado pelo petroleiro Exxon Valdez no Alasca, em 1989. Além de colocar em risco a fauna e a flora dos estados do Mississipi, Louisiana, Flórida e Alabama, Cuba e México também estão ameaçados pela mancha de óleo que continua vagando, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Prevenção – O desastre no Golfo do México deixou evidente a falta de estrutura diante de um problema tão caótico que é o derramamento de petróleo: a falta de um item de segurança, que pouparia vidas humanas e marinhas. Segundo informa a revista IPS - Petróleo & Energia, a poderosa indústria petroleira dos EUA e seus contratados dispensaram o uso obrigatório do ‘switch acústico’ – um dispositivo por controle remoto que detém a extração de petróleo em caso de algum contratempo. No Brasil e na Noruega o dispositivo é usado e custa cerca de U$ 500 mil. Preocupante saber que uma compania o ignorou, especialmente porque, só na área norte-americana operam cerca de 3.900 plataformas submarinas.

A extração de petróleo em águas cada vez mais profundas coloca em risco operações complexas e arriscadas tanto para o homem como para o meio ambiente. A riqueza de um planeta não se mede apenas pelo valor econômico, mas de reservas ambientas que estão cada vez mais escassas. A natureza vive sem o homem, mas o homem dificilmente viverá sem a natureza.


Por Joelma Godoy de Mello


Fontes:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/eua-abrem-investigacao-criminal-sobre-vazamento-no-golfo-do-mexico.html
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100531/not_imp559239,0.php
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/05/31/vazamento-de-oleo-nos-eua-pode-durar-ate-agosto-dizem-tecnicos.jhtm

http://www.revistameioambiente.com.br/2010/05/20/um-mes-apos-inicio-do-vazamento-petroleo-alcanca-louisiana/
http://www.revistameioambiente.com.br/2010/05/10/vazamento-de-petroleo-gera-duvidas/
fotos da região afetada:
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/golfo-do-mexico-natureza-ameacada/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ECO-ECONOMIA II

Marketing Ecológico - O que é negócio também pode se tornar exemplo

Várias empresas estão adotando o ‘marketing ecológico’ para divulgarem seus produtos ao consumidor. As campanhas publicitárias vão além de vincular o conceito de sustentabilidade à marca, elas ‘incentivam’ o consumidor a participar ou se comprometer a uma causa ambiental.

A Danone, por exemplo, com o slogan “Danoninho pra Plantar” oferece um sachê com sementes, anexo à bandeja de iogurte, para plantar no próprio potinho após o consumo do produto. A criança também pode ‘cultivar’ uma árvore virtual na “Floresta do Dino” ao acessar o site da marca. Para cada árvore virtual cultivada, o consumidor contribui para o reflorestamento de um metro quadrado de floresta por meio da parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas. A Avon começou um projeto parecido chamado “Viva o amanhã mais verde” – cada $ 2,00 doados representam a vida de uma nova árvore. A empresa de cosméticos doou, inicialmente, um milhão de dólares para plantar um milhão de árvores na Mata Atlântica. A campanha é feita junto com a UNEP – Programa Nações Unidas para o Meio Ambiente. O Sport Club Corinthians e o Banco Cruzeiro do Sul adotaram o slogan: “Jogando pelo meio ambiente”, que promete plantar 100 espécies de plantas nativas por gol feito. As mudas serão cedidas ao governo estadual paulista, que irá disponibilizar a área para o plantio.

Em 2007, a Ypê saiu na frente com o marketing: “Ypê plantando árvores para você”, com a ONG SOS Mata Atlântica, no qual plantou 200 mil árvores em Campinas, SP. Além de impulsionar as vendas do ‘detergente’, que contém tensoativo biodegradável, a marca foi vencedora do prêmio Folha Top of Mind, na categoria Top Meio Ambiente, de 2009.

Investir na preservação da natureza é um ótimo negócio, pois só traz benefícios – ninguém perde, todos ganham, além de agregar valor positivo à marca. Nenhuma corporação quer ter seu nome relacionado a um produto que desrespeita o meio ambiente e não valoriza o consumidor. Esta é uma das razões pela qual se combate tanto o comércio pirata, que passa longe de qualquer controle de qualidade. Os preços baixos não compensam os prejuízos materiais e ambientais que causam. Por isso, apesar da iniciativa de ‘plantar’ ser boa, ela não é suficiente para compensar as emissões de CO2 na atmosfera, se as empresas não controlam ou evitam que outros poluentes cheguem ao ar. De acordo com o Instituto Ecoar, em média cada árvore absorve 180 kg de CO2 em 30 anos.

Logística Reversa – Algumas empresas fazem ações mais efetivas para amenizar futuros danos na natureza como, por exemplo, evitar o descarte do lixo eletrônico em lugares inadequados. A indústria eletrônica e entidades das mais variadas áreas engajadas nesse mesmo objetivo disponibilizam postos de coleta. A empresa HP brasileira recebe baterias e impressoras descartadas pelos clientes, nas lojas de serviços autorizados. Após a coleta, o material é encaminhado para dois centros próprios da HP para reciclagem nos EUA. A fabricante de celulares americana Motorola, assim como a Apple e Sony, recolhe os próprios equipamentos usados para serem reaproveitados na linha de produção. O banco Santander oferece aos clientes que possuem o cartão Van Gogh o serviço “Descarte Certo” de coleta e transporte do lixo eletrônico. O caminho inverso do consumidor de volta à empresa é conhecido como ‘logística reversa’, ou seja, a reciclagem de equipamentos usados. A Natura e o Boticário investem na reciclagem de suas embalagens, que podem ser devolvidas por meio de consultores ou nas lojas, respectivamente.

A Natura, por exemplo, vai mais além, ela mantém um controle rigoroso de cada etapa da cadeia de produção. A empresa dispõe, em seu site, relatórios anuais detalhados do desempenho ambiental. A linha de sabonetes Ekos é feita por 263 famílias de diferentes comunidades na Amazônia, utilizando sistemas que conservam cerca de 100 km de floresta, e mantêm três mil árvores nativas em pé. Em 2009, a Natura foi eleita a ‘empresa mais admirada do Brasil’, no item responsabilidade social, da revista Carta Capital.

Quando o marketing ecológico se torna um compromisso com a sociedade e com o planeta, sem alvejar apenas o lucro, ele supera as expectativas e firma parceria com o consumidor, que é seu maior beneficiário. Porque cuidar do planeta é responsabilidade de todos.

Por Joelma Godoy de Mello

Para consultar empresas e produtos amigos da natureza:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI8493-15224,00.html

Fontes: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_268591.shtml

sábado, 17 de abril de 2010

ECO-ECONOMIA

Programa Defensores do Clima da WWF oferece opção ecológica ao setor privado


A fatia empresarial do aquecimento

O aquecimento global é uma crise real e sem precedentes. Naturalmente, os gases que, acumulados, geram o efeito estufa, garantem a vida na Terra tal e qual a conhecemos. Em teoria, a energia solar deveria entrar na atmosfera e sair logo em seguida - fenômeno semelhante ao de um espelho. Graças ao carbono e seus pares, porém, uma alta porcentagem de calor é mantida, e não dissipada. Tal fato permite que a temperatura média do planeta atinja os 15ºC; se não fosse assim, ela circularia em torno dos -18ºC.

O grande problema é quando o balanço destes gases é modificado a partir de atitudes antrópicas. Perde-se o equilíbrio, acumula-se maior quantidade de calor. O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) das Nações Unidas afirma, com 90% de certeza, que o homem é o culpado pelo excesso de concentração de carbono na atmosfera. Basicamente, os problemas começaram com a Revolução Industrial e se distribuíram, ao longo dos anos, pelos diversos setores da sociedade.

O único acordo legalmente vinculante de redução das emissões de gases estufa entre os países é o Protocolo de Quioto, assinado em 1997 e ratificado em 2005, com o ‘sim’ da Rússia. Em resumo, até 2012, as nações do Anexo I (países desenvolvidos, portanto, historicamente responsáveis pelas alterações no clima) precisam cortar, em média, 5,2% do lançamento de gases estufa realizados em âmbito doméstico durante 1990, ano-base do Tratado.

Na última COP-15, realizada em dezembro, na Dinamarca, embora avanços fossem feitos em alguns assuntos, como o financiamento para adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, os negociadores não chegaram a um consenso sobre vários temas chaves como novas metas de redução de emissões, prazos e regras das transferências de tecnologia e capital para países em desenvolvimento.

A Natura, durante a mesma conferência em Copenhague, mostrou que pensa diferente quando o assunto são as ações em favor da natureza. Ela pegou a caneta e assinou uma parceria de médio prazo com o WWF-Brasil. Embora os termos sejam simples, os resultados tendem a contribuir muito para uma economia de baixo carbono: redução, até 2012, de 10% no lançamento de gases causadores de efeito estufa em seu processo produtivo, com base em 2008. Em outras palavras, ela vai substituir o combustível fóssil em seus fornos e frotas de veículos por etanol e biomassa, energias renováveis.

A adesão do mundo corporativo às técnicas de combate às mudanças climáticas é de extrema relevância, uma vez que o consumismo sem restrições é um dos maiores vilões do esgotamento dos recursos naturais e, também, do acúmulo de carbono na atmosfera. Em seu livro “Eco-economia”, o cientista norte-americano e fundador do World Watch Institute, Lester Brown, pede por uma sociedade baseada em energias alternativas, e não em petróleo e derivados.

O Programa Defensores do Clima, da Rede WWF, oferece esta oportunidade ao setor privado. Através do engajamento direto nas soluções, a empresa pode ser líder em seu segmento e auxiliar nas políticas climáticas. Mas, ao mesmo tempo, o ingresso no compromisso significa, também, um auxílio essencial aos negócios em busca de uma economia de baixo carbono.


Texto : WWF Brasil - www.wwf.org.br
Imagem: calvinscl.wordpress.com

WWF Brasil - WWF-Brasil apoia ação do Greenpeace em defesa do Código Florestal

WWF Brasil - WWF-Brasil apoia ação do Greenpeace em defesa do Código Florestal

quinta-feira, 1 de abril de 2010

DIÁLOGO COM O FUTURO


Conto sobre uma aula de História – nosso presente num futuro possível

Um dia também seremos protagonistas nas aulas de História. O que ensinarão sobre nós?


A um milênio de nossa época, um garotinho comparece a sua aula de História. O tema do dia é o período da Idade do Quase-Fim, mais conhecido como Era das Trevas II, ocorrido durante o vigésimo-primeiro milênio segundo o antigo calendário cristão.

O professor começa a explicar esse remoto período extremamente importante na formação dos alunos, por conter uma lição de ética humana, servindo como um conhecimento agregador de valores e consciência essenciais para a construção e manutenção da sociedade atual.

“A Idade do Quase-Fim ocorreu há aproximadamente mil anos, e recebeu esse nome exatamente porque em tal época o planeta quase enfrentou a extinção de todas as formas de vida que nele coexistiam”, conta o professor. O garotinho ao ouvir tal informação sente certa agonia, pois a ideia de que tudo o que existe um dia quase acabou lhe era extremamente assustadora. O professor continua:

“O perigo pelo qual a população do mundo inteiro passou foi causado por atitudes anti-sustentáveis que visavam as vantagens na época conhecidas por lucro, e que desconsideraram as consequências que a constante exploração do ecossistema poderia causar a médio e longo prazo”.

Um outro aluno levanta o braço e pergunta: “O que é lucro?”

O professor, então, explica que a palavra ‘lucro’ era o tema usado no sistema econômico antigo para designar uma vantagem advinda de alguma atividade que rendesse mais dinheiro, ou mais crédito.

“E por que precisavam de mais dinheiro ou crédito?”

“Porque através da posse do dinheiro as pessoas poderiam fazer mais dinheiro, e naquela sociedade uma pessoa só poderia viver bem se o tivesse”.

O garotinho franziu a testa, estranhando. Estava um pouco difícil compreender essa parte da história. Se na era do Quase-Fim eles estavam prestes a enfrentar inúmeros desastres por causa das medidas não-sustentáveis, então por que continuar fazendo mais e mais lucro ou dinheiro? Do que iria adiantar ter um monte de dinheiro se não haveria mais chances de se viver? Ele resolveu reclamar:

“Professor, desculpe, mas não faz sentido, uma sociedade totalmente dedicada à busca do lucro enquanto o planeta se deteriorava rapidamente... “

O professor compreende a dificuldade dele e tenta esclarecer: “Acontece que você tem que considerar que mil anos atrás a mentalidade dos homens não era tão desenvolvida como era agora. Veja este exemplo: em várias cidades bastante populosas algumas pessoas jogavam lixo nas ruas durante períodos de chuva contínua, desconsiderando que a estrutura urbana toda asfaltada não podia escoar satisfatoriamente a água acumulada, o que causava enchentes e destruía partes inteiras da cidade, matando pessoas e desabrigando muitas outras.”

O menino arregala os olhos, chocado. Uma menina também participa:

“É verdade que houve uma época em que as ruas das cidades estiveram cheias de veículos a ponto das pessoas não conseguirem se locomover mais?”

“Sim, é verdade”, responde o professor. “As cidades estavam cada vez maiores e as pessoas não queriam mais caminhar, além de não terem desenvolvido os meios de transporte eficientes e sustentáveis que temos hoje, mil anos depois. O que acontecia era que todos queriam ter seu próprio automóvel, mas o espaço urbano acabou se esgotando para tantos veículos, de forma que em pouco tempo as ruas ficaram apinhadas deles e todos presos no mesmo lugar por horas.”

Algumas risadas ecoaram na classe e outro aluno comentou: “Que ridículo! Por acaso eles não tinham desenvolvido cérebro no século XXI?” Mais risadas. O professor não aprovou.

“Vocês não devem rir disso. Foi a precariedade dessa época que ensinou ao Homem a construir um mundo melhor, o qual vocês habitam. Muitos tiveram que sofrer e perecer para hoje estarmos em condições melhores.”

O garotinho resolveu perguntar novamente: “Professor, não entendo como puderam ter desenvolvido um transporte coletivo eficiente como os trens no século XX e chegarem ao XXI tão individualistas e poluidores com os chamados carros...”

“Bom, existia nesse sistema econômico um formato que praticamente demandava o uso do automóvel. O consumismo alienado da época fazia com que as pessoas acreditassem que ter bens além das necessidades reais as inseriam melhor socialmente, o que atualmente já foi superado. E em relação ao transporte ferroviário, certamente teria sido uma forma de melhorar as condições do trânsito, mas devemos lembrar que todos os meios de transporte da época ainda não haviam sido remodelados de forma a utilizarem energia sustentável renovável”, explicou o professor.

“Então além de ficarem presos nas ruas das próprias cidades eles ainda poluíam a atmosfera? Será que não havia ninguém que percebesse como isso não era inteligente?” perguntou a aluna.

“Havia pessoas conscientes, que tinham enxergado o perigoso caminho que estava sendo trilhado, mas eram poucas em relação à maioria, principalmente porque em grande parte do mundo as pessoas nem sempre tinham a chance de serem educadas e desenvolverem capacidade crítica.”

“Que absurdo! Mas e os governantes, eles podiam fazer alguma coisa, não podiam?”

O professor balançou a cabeça. “Podiam, mas relutavam demais em terem iniciativas, mais uma vez por causa daqueles interesses econômicos. Muitos devem ter se arrependido, pois tiveram que assistir as muitas desgraças que se seguiram à abstenção de suas atitudes...”

O garotinho levantou a mão mais uma vez: “É verdade que eles matavam muitos animais?”

“Sim. Diferentemente de épocas ainda mais remotas quando o homem não dominava o sistema de plantações para subsistência, no século XXI muitos animais morreram para dar lugar à estradas, resorts de luxo, ou simplesmente porque se tornaram iguarias alimentares exóticas.”

As crianças todas fizeram caretas. Era realmente cruel.

“E depois chegou o momento em que as pessoas se perguntavam por que não viam mais os bichinhos que davam tanta beleza ao mundo...

“E o que aconteceu depois?” perguntaram.

“Depois chegou a época do desespero. O planeta começou a dar os primeiros sinais das consequências que estavam por vir. Houve alterações climáticas que dizimaram várias espécies, desequilibrando o ecossistema. Essas mesmas alterações de temperatura desenvolveram organismos novos que se mostraram nocivos à saúde do homem. Novas doenças apareceram. O calor excessivo em algumas regiões causou a superpopulação de espécies que asfixiaram outras. O ar poluído deu cabo de mais algumas. O desmatamento das florestas também. Surgiram zonas desertificadas, o solo rachou e abalou estruturas de cidades inteiras, derrubando construções. As chuvas intensas e constantes também. Muitos morreram soterrados. Os buracos na camada de ozônio comprometeram as temperaturas oceânicas, alteraram a formação de ventos, tsunamis atingiram faixas litorâneas e sepultaram ilhas e seus habitantes para sempre no fundo do mar.

Os alunos estavam todos assombrados.

“E o Homem continuou poluindo. Produtos industrializados com embalagens plásticas em excesso, e mais uma infinidade de produtos descartáveis desse material que não era reciclada. Lixo tóxico envenenou o solo, pilhas, baterias, etc. Mais árvores eram derrubadas todos os dias, as zonas de purificação do ar foram escasseando. O solo para plantio era fustigado por secas e por períodos de enchente. De repente, faltou comida. Os preços subiram. Muitos não tiveram mais como se alimentar. Milhões de pessoas morreram. E, então, foi dado o golpe final. O calor extremo e a ausência de posturas ambientais éticas fizeram com que a água potável restante diminuísse exponencialmente. Logo, deixou de haver água para muitos, o que acabou por desestruturar as construções sociais e políticas do planeta. Houve invasões de países com nascentes e, por fim, a guerra.

Silêncio na classe.
Até que alguém levantou a mão, timidamente:

“E então, professor, o que aconteceu? O que aconteceu com todos?”

“Bem, então, fizemos uma escolha.”

“Uma escolha?”

“Sim. Escolhemos recomeçar e compreendemos que não há como construir nada se o princípio da vida não for respeitado.”

“E o que teria acontecido se não tivéssemos feito essa escolha, professor?”

“Não estaríamos aqui agora.”

Termina a aula de História daquele dia. Os alunos ficam agradecidos. Não pelo fim da aula, mas sim porque estudar o século XXI era muito terrível. Ainda bem que ele acabou, e bem.
Por Maricy Ferrazzo

domingo, 28 de março de 2010

HORA DO PLANETA - 2010


60 minutos pelo planeta!

As manifestações de ontem (27) ocorreram pelo mundo todo, num ato simbólico com o objetivo de demonstrar a vontade dos cidadãos do globo por mudanças. Vamos impedir o aquecimento global!


Além de ser um ato simbólico, essa uma hora com luzes apagadas provavelmente deve ter acumulado milhões de mega watts de energia economizada. Essa é a prova de que as pessoas conscientes podem fazer muita diferença, tanto em suas comunidades, como unidas para o mundo inteiro.


Parabéns ao colaboradores da campanha Hora do Planeta!
Essa é a esperança de todos!

Imagens e vídeos das participações estão disponíveis no site da campanha: www.horadoplaneta.org.br

Por Maricy Ferrazzo

quinta-feira, 18 de março de 2010

DIREITO DOS ANIMAIS


Um avanço e uma esperança


Foi aprovado ontem (17), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o projeto de lei que proíbe o extermínio de animais errantes e institui o processo de castração como forma de controlar o número de animais nas ruas. Agora o PL seguirá para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) antes de chegar ao Plenário para aprovação final.

A esterilização cirúrgica vai sem dúvida humanizar a forma como a sociedade vem lidando com a questão dos animais abandonados. O termo "animal de rua" já é um exemplo de como a política anterior dsconsiderava os direitos desses seres, afinal de contas, o animal só se torna "de rua" porque alguém o abandonou.

Com a castração, o número de seres expostos a todos os tipos de intempéries e sofrimentos será diminuido, sem que haja a necessidade de condenar à morte todos os que não tiveram a sorte de serem adotados.

Finalmente surge no Brasil essa postura de responsabilidade, especialmente depois de ter havido tantas demúncias de ONG's e voluntários sobre os métodos de sacrifício utilizados que, na falta da injeção letal, estavam sendo choques elétricos e câmaras de gás.

Falta agora apenas esperar as próximas votações.
Os animais agradecem.


Por Maricy Ferrazzo


Adoção continua importante

O número de animais que nascem a cada dia nas ruas ou em condições em que acabarão morando nelas é muito grande. Por isso, quem estiver pensando em ter um bichinho deve considerar esses milhões de gatos e cachorros sem família. Existem associações e ong's que resgatam animais e os encaminham para adoção. Nos próprios sites são inúmeras as histórias de como cada um foi resgatado (às vezes em condições lastimáveis), tratados pelos voluntários e entregues às famílias. Adotar um bichinho é, sem dúvida, um ato de cidadania. Veja abaixo os links para quem procura um amigo:

Associação Animais de Rua - http://www.animaisderua.org/
.htm





Fonte: estadao.com.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

PARTICIPAÇÃO



Compromisso inadiável: Hora do Planeta


No dia 27 de março, entre as 20h30 e as 21h30 (hora de Brasília), apagar as luzes significará dar apoio à campanha da WWF contra o aquecimento global. Esse ato simbólico será realizado no mundo todo, por pessoas, instituições, empresas e órgãos públicos.

O movimento visa unir a vontade de todos aqueles que querem um planeta vivo e saudável. Apagar as luzes será a maneira de mostrar a governantes e dirigentes a vontade da população mundial por medidas urgentes para combater as agressões pelas quais o planeta vem passando, e, com isso, diminuir o aquecimento que está condenando diversas formas de vida a curto e longo prazo.

Para quem quer ajudar, essa é uma nova oportunidade.
Para quem ainda não acordou, essa é a hora!

Saiba mais sobre o aquecimento global no site da campanha, clique aqui.



Por Maricy Ferrazzo
Imagens e banners: WWF - Brasil

terça-feira, 9 de março de 2010

CONSCIENTIZAÇÃO


Conscientização ecológica é importante até debaixo d’água!

Muitos sabem que as árvores e outras plantas são responsáveis pelo processo de filtração do gás carbônico em oxigênio, logo, chamar a Amazônia de pulmão do planeta não é um exagero, muito menos lutar para protegê-la. No entanto, não são apenas as plantas terrestres que prestam esse serviço vital ao ecossistema. Debaixo da água do mar ou das águas doces, as algas - ou fitoplâncton - também produzem a fotossíntese, e são essenciais para a, digamos, ‘manutenção’ da nossa atmosfera.

Contudo, mesmo lidando diariamente com as consequências geradas pelo efeito estufa, aquecimento global e poluição, há quem ainda não entenda a importância da preservação do meio-ambiente como uma cadeia, um processo cíclico de vida vulnerável a qualquer alteração.

Atividades como a pesca predatória, o despejo de lixo e material químico nas águas acabarão por comprometer o equilíbrio vital do planeta, já que a superfície da Terra é 70% água (desse montante apenas 1% é potável, os outros 2% são as geleiras).

Não adianta sonhar com um desenvolvimento e progresso fazendo ambos acontecerem à custa da natureza. A construção de pontes, portos, túneis subterrâneos e arranha-céus pode ser gloriosa, mas não vamos nos esquecer que desrespeitar as leis naturais faz com que um belo dia venha um tsunami, um terremoto ou ainda um tornado e os derrube todos.

O Greenpeace Brasil elaborou um relatório muito importante sobre a preservação dos mares chamado À Deriva - Um Panorama dos Mares Brasileiros, dividido em quatro temas prioritários: Áreas Marinhas Protegidas, Estoques Pesqueiros, Clima e Política Nacional. Tal relatório deveria ser lido por todos, pois visa à conscientização de que os mares são um legado das pessoas e que devemos exigir sua preservação como um direito.


Por Maricy Ferrazzo


Abaixo estão detalhes dos capítulos do relatório divulgado no site do Greenpeace Brasil:

Mares desprotegidos

O mar quando quebra na praia é bonito, mas também poluído e degradado em termos de biodiversidade e recursos pesqueiros. Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície do planeta e são fundamentais para o seu equilíbrio climático, estão agonizando em praia pública. E apesar de todos os sinais do iminente colapso, pouco ou nada se faz para evitar essa catástrofe

Ilusão da fartura infinita

A imensidão do mar sempre nos deu a sensação de que temos uma fonte inesgotável de comida logo ali, no litoral. Não é bem assim. Apenas 10% dos oceanos são produtivos em termos de pesca, os 90% restantes são quase desérticos. Mas ainda assim deles retiramos boa parte de nosso sustento alimentar. O problema é que tiramos e tiramos recursos do mar, sem dar tempo para ele se recompor. E de onde tudo se colhe e nada se planta, tudo pode acabar.

Amortecedor climático do planeta

Não se fala de outra coisa: o aquecimento global está aí e tem causado inúmeros problemas no planeta. Mas o que não se comenta é o papel fundamental dos oceanos nessa história toda. São eles o grande amortecedor climático do planeta e vêm acomodando a variação da temperatura desde os tempos da Revolução Industrial (século 18). Mas para tudo há um limite e este chegou também para os oceanos.

Prioridade Nacional

O Brasil tem uma Secretaria de Pesca (Seap), um Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Marinha, mas... quem cuida do mar, afinal? Ninguém sabe, nem os integrantes dos órgãos citados. O descaso brasileiro em relação ao mar é por falta de uma organização na gestão, ausência de governança e falta de prioridade. São vários setores do governo cuidando da mesma questão e deixando várias outras à deriva.

Baixe o relatório À Deriva - Um Panorama dos Mares Brasileiros

Fonte e imagem: Divulgação/ Greenpeace Brasil



sábado, 13 de fevereiro de 2010

ATIVISMO


Vamos ajudar quem está lutando pelo planeta!

Ativistas do Greenpeace muitas vezes sofrem punições por estarem falando e divulgando a verdade sobre os abusos que estão acontecendo contra a natureza no mundo inteiro. Muitas vezes, suas manifestações pacíficas são vistas pelas autoridades como "ofensivas"! Na verdade, ofensivas são as agressões sofridas diariamente pelo meio-ambiente, agressões que terão uma consequência e que incluirá nossas próprias vidas.

Dessa forma, o Greenpeace está pedindo o apoio das pessoas para que os ativistas que foram presos ou estão sofrendo reprimendas sejam liberados. Precisamos ser, no mínimo, solidários, pois eles estiveram fazendo o que todos nós deveríamos, ou seja, cobrar o direito pela vida a que todos os seres vivos têm direito.

No site da organização há várias petições que se pode assinar para ajudar:


Um único clique pode fazer grande diferença!



Por Maricy Ferrazzo


Fonte: Greenpeace
Imagem: news.bbc.co.uk

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

DIREITO DOS ANIMAIS

Suíça quer existência de advogados para animais


Até que enfim uma iniciativa real em defesa dos animais foi feita por parte de um país. Visando acabar com a crueldade, a Suíça realizará em março um referendo que consultará sua população sobre a possibilidade de designar advogados especializados em defender o direito dos bichinhos pelo país.

Embora parte do governo e os criadores de animais sejam contra, a semente dessa ideia já se espalhou da Suíça para o mundo, e vem como uma medida atrasada mas necessária para garantir a dignidade e impedir a crueldade contra os seres inofensivos, já que na maioria das vezes, donos de animais domésticos ignoram que estejam fazendo mal aos seus próprios mascotes.

A existência de advogados especiais para a proteção dos animais se faz necessária porque a lei suíça prevê vários direitos que são constantemente ignorados, como por exemplo: animais sociáveis como canários e porquinhos da Índia não podem ser criados sozinhos, tanques de peixes não podem ter todas as faces transparentes, e pessoas que queiram ter um gato ou cachorro precisam fazer um curso para aprender a ter os cuidados mínimos com os animais.

Os proponentes de tal referendo estão de parabéns, basta agora o povo suíço ser solidário com os bichos! Quanto a nós, podemos divulgar a iniciativa da Suíça e com isso mostrar ao resto do mundo que é possível ajudar a fauna pelo voto e manifestação da vontade, torcendo para que em nosso país um dia essa possibilidade se concretize também.

Por Maricy Ferrazzo

Fonte: BBC Brasil
Imagem: blogs.reuters.com

CINEMA

AVATAR: Efeito (e enredo) especial

Filme usa tecnologia para trazer mensagem de respeito à mãe natureza

Há quem evite assistir filmes de ficção-científica por não conseguir se identificar com o enredo, personagens, ambiente da história. Em contraposição, muitos são apreciadores do gênero exatamente por ele oferecer uma válvula de escape para além da realidade cotidiana. Para qualquer um dos dois tipos de público, Avatar é uma ótima produção.

O filme traz a boa e velha dicotomia cinematográfica do bem contra o mal? Sim. Como todo sci-fi se passa no futuro? Sim. A história se desenrola num ambiente de guerra? Sim. Porém, diferentemente de muitos do mesmo gênero, Avatar traz várias mensagens de valor.

Além de uma produção espetacular, cheia de criações originais e minuciosamente elaboradas, o filme de James Cameron nos transporta para um mundo onde podemos visualizar em menor tempo e mais nitidamente os problemas pelos quais o nosso próprio planeta vem passando ao longo de muitos anos, que é a deterioração de nosso meio-ambiente, sendo meio-ambiente não só a natureza, mas o nosso ethos, nossa mentalidade. O filme nos põe no ângulo de visão do antropólogo, nos dá, por meio da fantasia, a chance de enxergar nosso próprio poder de destruição, a banalidade da ambição desmedida, o horror da violência.

O filme revela um mundo onde a maior riqueza de seus seres é a mãe natureza, uma força onipresente e plena, com a qual a espécie nativa interage harmoniosamente, seguindo e respeitando o ciclo de vida. Uma sabedoria há muito esquecida e perdida no planeta Terra. No planeta dos seres longilíneos, de traços felinos e pele azulada, não há exploração da natureza, há convívio. Tanto que daí se forma a crítica existente na guinada do personagem principal para um genoma diferente do humano, demonstrando que muito além da espécie, os seres devem se agregar em nome de uma consciência comum.

Em tempos de insucesso nos acordos ambientais internacionais, Avatar é basicamente pedagógico. Em tempos de produções cinematográficas vazias, onde a estética aparece desamparada de conteúdo, Avatar é um resgate de esperança.


Por Maricy Ferrazzo


Imagem: io9.com

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POLÍTICA AMBIENTAL


O valor econômico do meio-ambiente

Estipulada pela ONU, uma das metas do milênio é acabar com os processos de desmatamento e poluição em prol da recuperação ambiental e climática, sendo que o prazo previsto para a obtenção desse resultado terminaria em 2050. Levando em consideração o volume de poluição e a quantidade de delitos contra o meio-ambiente, essa data exigiria um engajamento muito maior do que se vê atualmente.

Um dos mecanismos criados baseados nessa resolução, conhecido como Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), estabelece pagamentos aos países que conseguirem reduzir suas cotas de emissão de gás carbônico, de forma a provocar uma participação mais abrangente. Contudo, tão logo o projeto foi divulgado, surgiram críticas. O tema central de descontentamento se baseia no fato de que o projeto recompensa países que eram poluidores e frearam tal ação, mas deixa de premiar aqueles países que já atuavam sustentavelmente.

Na verdade, teme-se que, envolvendo dinheiro no desenvolvimento dessa meta, alguns países pobres não-poluidores passem a alterar suas posturas visando arrecadar os créditos do projeto futuramente. Um dos idealizadores do sistema, o italiano Andréa Cattaneo, havia estimado que o Redd poderia chegar a movimentar até US$ 40 bi por ano, algo que só não se concretizou devido à crise financeira mundial. Cada tonelada de CO² não emitido, ou reduções certificadas de emissão (RCEs), equivale a um crédito, cuja cotação tem oscilado desde sua criação, mas que não impediu que este ascendesse como um novo commoditie nas relações comerciais e financeiras.

Dado as proliferantes notícias de vendas de crédito de carbono é de se chegar à conclusão que a quantidade de emissões tem diminuído. Ou não? É difícil crer nas estatísticas quando todas diferem entre si, e também é difícil apostar nas tomadas de resoluções quando, ao mesmo tempo em que se incentivam créditos em troca da não-emissão, existem créditos para emissão dos gases nocivos, ou seja, se pode comprar o direito de poluir e, quem não utilizar todos os seus créditos pode vendê-los. Não parece que nessa política se esteja priorizando o meio-ambiente, a impressão é que foi criado apenas mais um elemento para manipulação econômica.

De qualquer forma, diversas lideranças vêm se reunindo para encontrar mecanismos que regulem a política de créditos de carbono. A Universidade de Yale, por exemplo, tem promovido diálogos desde 2007, que ficaram conhecidos pelo nome de “Diálogo das Florestas”, e vários organismos internacionais tentam fazer pressão junto aos governos nacionais para conseguirem maior engajamento em relação à meta ecológica. Se os efeitos nocivos não forem zerados até um futuro próximo, as catástrofes serão certas.

Por Maricy Ferrazzo
(primeiramente publicado no O Na Ponta dos Dedos - http://onapontadosdedos.blogspot.com/2009/10/meta-do-milenio-recuperacao-ambiental.html )

Fontes: The Forests Dialogue
ecodebate.com.br
WWF Brasil
Folha Online
Imagem: ccbi.com.pt

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CRIME AMBIENTAL

Caça a baleia continua - ONG's brasileiras fazem apelo


A caça a baleia continua a despeito de todas as proibições conseguidas por meio da moratória internacional imposta em 1986 por uma das comissões reguladoras da atividade, com o intuito de recuperar a reprodução das baleias de forma que a caça pudesse voltar a ser realizada dentro de alguns anos.

No entanto, além dessa moratória estar sendo constantemente desrespeitada, a demanda do consumo de nosso atual sistema econômico acabaria por dizimar a existência dos animais. Entre os países que realizam a caça a baleia estão o Japão, que anualmente é responsável pela morte de cerca de mil animais, Islândia, Indonésia, Noruega, Rússia e Estados Unidos.

As espécies de baleia vêm declinando assustadoramente, junto a outras espécies marinhas, como leões-marinhos (80% perecidos nos últimos 30 anos), focas e golfinhos. Navios baleeiros abatem os animais aproveitando a dúbia concessão à caça científica, mas os números desmentem tal pretensão. Até onde se tem conhecimento, mais de 1400 baleias são mortas a cada ano, e das 13 espécies existentes, sete estão ameaçadas de extinção!

Num pedido de ajuda urgente, 31 ONG’s brasileiras enviaram um pedido oficial ao representante brasileiro na Comissão Internacional da Baleia (CIB), o diplomata Fábio Vaz Pitaluga, para que haja ações efetivas contra a matança das baleias na Antártida, realizada hoje até mesmo numa área que em 1994 havia sido designada como Santuário Antártico das Baleias.

Entre as organizações que assinam o pedido está o Greenpeace. Leia a carta na íntegra no site do Greenpeace Brasil.

Além do aquecimento global e da caça predatória, as baleias estão perdendo a vontade de viver. O cientista francês, Yves Paccalet, observou essa reação dos animais durante as expedições feitas junto ao explorador marinho Jacques Cousteau. Os motivos seriam dois: Primeiramente, a escassez entre as espécies e a maior dificuldade de se encontrar parceiros para reprodução. E uma espécie de esgotamento psicológico por parte das baleias, cansadas de travar uma luta por sobrevivência contra a humanidade.

Que humanidade?


Por Maricy Ferrazzo



Visite esta página - http://climatechange.thinkaboutit.eu/think2/post/950_whales_and_dolphins_killed-_ok_in_the_denish_traditions/

Fontes: Greenpeace e dailymail.co.uk
Imagens: feww.wordpress.com e climatechange.thinkaboutit.eu

HORA DO PLANETA 2010




WWF-Brasil convoca para Hora do Planeta 2010

Em março de 2010, o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30, diversos ícones do País serão apagados por uma hora para mostrar a nossa preocupação com o aquecimento global.


No Brasil, o apagar das luzes representa um sinal claro aos governos de que a população quer o fim dos desmatamentos, responsável por mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país. Também significa que o Brasil está alinhado com o resto dos países participantes, que também clamam pelo controle das emissões de forma a manter o aquecimento global em torno dos 2oC, como preconizado pela comunidade científica.


Texto e imagem do site da WWF Brasil – http://www.wwf.org.br/

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CRIME AMBIENTAL

Crime contra tartarugas na Costa Rica


Como se já não bastasse a espécie estar ameaçada de extinção e o flagelo do aquecimento global - que com o aumento do nível dos oceanos diminui a cada dia as faixas de areia das praias - a reprodução da Tartaruga Gigante está sendo cruelmente impedida por moradores das proximidades de Playa Junquillal, na cidade de Playa Grande, na Costa Rica.

Mesmo havendo lei que proíba, essas pessoas deixam a praia levando grandes sacos repletos de ovos do animal, repletos de vidas interrompidas. O objetivo desse crime seria porque na região há quem aprecie o ovo de tartaruga como alimento, dando continuidade uma tradição que não pode mais ser mantida frente aos direitos dos animais.

É terrível saber que com tantas outras opções de alimentos ainda há quem selecione de um menu escuso o tolhimento da vida de um animal.

Arrancar da natureza o que seriam as futuras pequenas tartarugas em seu rumo para o mar é impiedoso e cruel. Além de mortas pela pesca predatória e ilegal, as tartarugas agora também estão sendo impedidas de procriar. Se tal crime continuar, a espécie pode diminuir exponencialmente e em pouco tempo acabar.

Leia mais sobre o assunto no site da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) ou no artigo original publicado pelo The New York Times.



Por Maricy Ferrazzo

Foto: Ruth Fremson/The New York Times

PRIMEIRO DIA

Início do Pró-Ecologia


Nosso blog é inaugurado baseado nos princípios descritos acima e reúne muitas expectativas de poder ajudar a espalhar mais informação às pessoas, acreditando que o diálogo e o conhecimento também podem ser dois potentes antídotos contra todas as agressões que a Natureza vem sofrendo.


O Pró-Ecologia vê a mudança de mentalidade como uma das formas mais efetivas de salvar o planeta - do clima ao desmatamento, da exploração de animais à poluição desenfreada. A partir do momento em que todos tiverem a compreensão total do quão importante a postura ecológica é para nossa sobrevivência e de todos os seres vivos, aí então será muito mais possível exigir isso dos governantes e outros detentores de poder.


A Ciência já avisou sobre as terríveis consequências que o planeta terá de enfrentar se não houver grandes mudanças de postura, mas ao mesmo tempo chegam até nós notícias do que as simples iniciativas também podem representar.


Cada pessoa é crucial na luta pela preservação da vida. Porque ninguém existe sozinho.


Maricy Ferrazzo